segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Lado Alvo da Lua

Por vezes é bom sofrer,
Porque aí indago a existência,
Sinto algo constantemente
Uma dor que me não mente.

Assim tenho a certeza,
Que eu sou de facto eu
Pois a dor centraliza
Nossa mais real essência.

Que sentem vós doces plantas?
Sentis a leve aragem que vos agita?
Sentis as gotículas da chuva,
A vos refrescar do quente dia?

Pressinto que vós vos ignorais
Ao não se aperceberem que agitam
Ou que alvos de chuva são
Que é de vosso coração então?

Olho através da janela aberta
Para as belas flores de Abril.
Ah… Um anseio ignoto e indizível…
Por um amor que não seja vão

Nada muda, sempre esta condição
Entre estas ténues existências.

Fanam as flores nada deixando,
Eu também murcharei tal dia,
Arre! Mas eu tenho consciência
E sempre esta maldita dor!

Todavia, embora sofra
Com tão aguçada consciência
Tenho o consolo de saborear
Esta caduca existência!

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